Adão e a Vergonha

Viver na vergonha, perambula

Na vasta solidão do paraíso

Se preocupou com o juízo

Hoje perdeu a razão

Recebe ordem direta

Passando andar em linha reta

Desta obediência cega

Feriu o próprio coração

Expulsa quem não obedece

Do fruto tirado

Outro cresce

No Eden somente padece

Quem segue a voz da emoção

E não há juízo de valor.

Julgando? Oh poderoso

Condenas enfermo

Que as dores da dura vida celestial

São submetidas a um gênero

Sem sofrimento igual?

E de toda miséria malvista

Da banalização da imprudência

Da negação do óbvio

Do orgulho da incompetência

Da vida vivida hipócrita

Da ínfima e notória ausência

Castigam a mais bela forma

Arrancam os olhos pela crença

Adão,

Tenhas vergonha

Teu pai se faz de evasivo

Uma infantaria de acéfalos

Um título de persuasivo

Teu amor, em sangue, banhada

Teu gesto, menos que um nada.

Hugo Cesar
Enviado por Hugo Cesar em 17/04/2012
Reeditado em 17/04/2012
Código do texto: T3618199
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