Casa Vazia

De repente, tão de repente a casa ficou vazia..
Parece que a morte entrou por ela
E fechou a porta e a janela
Para guardar só as lembranças.

Casa vazia, sem esperanças
Sem a voz da campahia e o sorriso da criança

Que chegou surpreendente fazendo-me sentir gente
Naquele mês de outubro
Casa que hoje descubro e vejo um vácuo imenso
Que ainda guarda os natais, vividos nos vendavais
Entre abraços e beijos, e um carinho intenso
E recorda aniversários repletos de emoções e amor
E ouve a canção do amigo sorrindo e chorando consigo
Para não sentir a dor
E na parede o calendário que marca datas importantes
Que fizeram de um instante um eterno e doce folguedo
Casa que era um brinquedo para o menino rapaz
Que vinha todos os dias e a enchia de alegria
Também de sonhos e de paz
Casa triste de saudade
Onde nasceu a amizade cultivada como uma flor
Que ainda tem o espelho com aquela moldura parda
Onde o jovem sonhador, orgulhoso decepou
Os primeiros fios da barba
Casa vazia,triste e abandonada

Que guarda fotografias, o choro e a gargalhada
Do menino homem que um dia aqui viveu

E que sonha acordada
Não achando graça em nada
Porque tudo se perdeu...

Casa vazia que hoje acordou tão cedo
Tão cheia de medo e de solidão
Trancada por fora, por alguém que foi embora
casa vazia,meu coração.

 


”Publicado em 2004 pelo prêmio Celito Medeiros/concurso sol vermelho;

Exposto e escolhido pelo projeto um poema em cada árvore em Governador Valadares-MG em 2011;

Escolhido e publicado em 2011 pela V CLIPP concurso literário de Presidente Prudente/SP”
Tony Caroll
Enviado por Tony Caroll em 11/04/2012
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T3607402
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