O VELHO BAÚ

Por que reviras tanto esse baú?

Desarruma, arruma novamente

Abre, fecha descontente

Indignado com a perda

Do que não se encontra

Por que remóis tanto esse passado?

Gasto, desbotado, guardado

No baú da vida

Trancado a sete chaves

De tranca corroída

Por que te lamentas tanto assim?

E olha para trás e nada vê

Embora insista em dizer que ver

É só um velho baú, como tu

Esquecido da vida, do viver

E por isso se tranca, se recolhe

Não adianta remexer

O novo está fora

Sai do claustro, vai e ver!

Mas o novo assusta. Por quê?

O novo é arriscado, duvidoso

Melhor não mexer...

Deixar como está, não se envolver

O velho é seguro, o velho é o choro

O novo aventura, o novo é estouro!

O velho é colina, apenas encosta

O novo é montanha, o novo é vulcão

O velho, amizade; o novo, paixão!

20.05.2006

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 27/01/2007
Reeditado em 24/08/2008
Código do texto: T360321
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