O VELHO BAÚ
Por que reviras tanto esse baú?
Desarruma, arruma novamente
Abre, fecha descontente
Indignado com a perda
Do que não se encontra
Por que remóis tanto esse passado?
Gasto, desbotado, guardado
No baú da vida
Trancado a sete chaves
De tranca corroída
Por que te lamentas tanto assim?
E olha para trás e nada vê
Embora insista em dizer que ver
É só um velho baú, como tu
Esquecido da vida, do viver
E por isso se tranca, se recolhe
Não adianta remexer
O novo está fora
Sai do claustro, vai e ver!
Mas o novo assusta. Por quê?
O novo é arriscado, duvidoso
Melhor não mexer...
Deixar como está, não se envolver
O velho é seguro, o velho é o choro
O novo aventura, o novo é estouro!
O velho é colina, apenas encosta
O novo é montanha, o novo é vulcão
O velho, amizade; o novo, paixão!
20.05.2006