*Cântaro*

Cântaro precioso que minha alma deposita,

A forma obediente na vida a sobrepor.

Ângulos diversos que reveste e ironiza

O silêncio aglutinando esse torpor.

No jarro canforado, ao ombro do Criador,

A Alma liquefeita na alcova de um rio.

Tu em risos beijastes minha dor.

Tu, ó dor, que só sabes beijar frio.

Às lágrimas, mortalhas transparentes,

digo:calem! ao ser que em mim desmaia.

Amordaçada sou um grito. Contundentes

escárnios, fiz do ser minha própria vaia.

Aonde ir? Sem amor... vida não valha!

Prossiga!... Não vá!... Enlouqueço!!!

Tatuada forquilha à navalha

Quebro ao meio este fim sem recomeço!

Canoas, 26 de dezembro de 2006/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 27/01/2007
Reeditado em 15/03/2009
Código do texto: T360318
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