*Cântaro*
Cântaro precioso que minha alma deposita,
A forma obediente na vida a sobrepor.
Ângulos diversos que reveste e ironiza
O silêncio aglutinando esse torpor.
No jarro canforado, ao ombro do Criador,
A Alma liquefeita na alcova de um rio.
Tu em risos beijastes minha dor.
Tu, ó dor, que só sabes beijar frio.
Às lágrimas, mortalhas transparentes,
digo:calem! ao ser que em mim desmaia.
Amordaçada sou um grito. Contundentes
escárnios, fiz do ser minha própria vaia.
Aonde ir? Sem amor... vida não valha!
Prossiga!... Não vá!... Enlouqueço!!!
Tatuada forquilha à navalha
Quebro ao meio este fim sem recomeço!
Canoas, 26 de dezembro de 2006/RS