SEM SENTIDO

O meu rio corria para o Sul.

Era inverno... Era frio...

Baixas temperaturas.

Meu rio de águas quentes

congelado parou,

pois o gelo não suportou.

Caminho contrário?

Não pensei na possibilidade.

Um desvio no mínimo,

se sorte encontrasse.

O que fiz então?

Esperei pela mais bela.

Quem? A primavera.

Sim, só ela!

Para enfeitar com flores

as margens do meu rio.

Agora fico aqui a olhar...

Esse desaguar que não corre...

E também fico boba...

Com água na boca...

Fico sobre o rio.

E só, rio.

Recordando o Sul sóbrio.

E não sombrio.

O meu rio desceu.

Mas, ninguém o impede

de seguir seu curso...

De seguir seu caminho...

De se entregar sem reservas...

Totalmente nu.

De desaguar seu amor...

Não mais, no mar do Sul.

Anne Jansen
Enviado por Anne Jansen em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
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