SEM SENTIDO
O meu rio corria para o Sul.
Era inverno... Era frio...
Baixas temperaturas.
Meu rio de águas quentes
congelado parou,
pois o gelo não suportou.
Caminho contrário?
Não pensei na possibilidade.
Um desvio no mínimo,
se sorte encontrasse.
O que fiz então?
Esperei pela mais bela.
Quem? A primavera.
Sim, só ela!
Para enfeitar com flores
as margens do meu rio.
Agora fico aqui a olhar...
Esse desaguar que não corre...
E também fico boba...
Com água na boca...
Fico sobre o rio.
E só, rio.
Recordando o Sul sóbrio.
E não sombrio.
O meu rio desceu.
Mas, ninguém o impede
de seguir seu curso...
De seguir seu caminho...
De se entregar sem reservas...
Totalmente nu.
De desaguar seu amor...
Não mais, no mar do Sul.