Crueldade capital.

Acordei e o dia era amarelo

Uma só árvore floria

Os pássaros eram estátuas

A vida, doentia.

Não havia um único ser

Que hoje me explicaria

Por que perdemo-nos de nós mesmos?

Mágica, ignorância, bruxaria?

Ontem mesmo, eu era forte

O mundo se lotou de gente

Houve um abrupto corte

Somos visão de uma nova lente.

Desenhos viram escritos,

que viram música,

que viram vida.

Vida jogada ao léu,

ao lixo,

ao céu.

Outubros cinzentos,

junhos floridos.

Antítese diária de dias perdidos.

O clichê foi trocado

pelo desconhecido infinito.

Branco,

preto, verde cereja,

que seja.

Quero fugir.

Raíssa César
Enviado por Raíssa César em 05/04/2012
Código do texto: T3596201
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