Crueldade capital.
Acordei e o dia era amarelo
Uma só árvore floria
Os pássaros eram estátuas
A vida, doentia.
Não havia um único ser
Que hoje me explicaria
Por que perdemo-nos de nós mesmos?
Mágica, ignorância, bruxaria?
Ontem mesmo, eu era forte
O mundo se lotou de gente
Houve um abrupto corte
Somos visão de uma nova lente.
Desenhos viram escritos,
que viram música,
que viram vida.
Vida jogada ao léu,
ao lixo,
ao céu.
Outubros cinzentos,
junhos floridos.
Antítese diária de dias perdidos.
O clichê foi trocado
pelo desconhecido infinito.
Branco,
preto, verde cereja,
que seja.
Quero fugir.