Amor cruel
Ainda sinto as palavras baterem como lâminas cortantes.
Ainda sinto, o peso de cada toque.
Ainda sinto, seu olhar sobre mim...
Sinto... Eu ainda sinto...
Sinto o peso de um amor.
Sinto o peso da muralha cair sobre minhas costas,
e eu, em baixo dela, tendo sustentar-me
Na tentativa de esquecer a dor, sorrio.
Falsamente, eu sorrio, convencendo à mim mesma de que...
Tudo ficará bem...
Mas nunca fica...
A dor sobe em meio as lágrimas,
estas que começaram a secar.
Secar como as lembranças deixadas.
Mas ainda latejam...
A dor lateja, viva e intacta, ela atrofia meu coração.
Memórias, planos, projetos...
Abandonados pela falta... Abandonados pelo esquecimento
Foi tão fácil me esquecer...?
Foi tão fácil me deixar de lado?
Deixar-me no escuro de seu coração, largada e sepultada?
Foi fácil colocar-me no fundo... Onde o sol não aquece e a lua não brilha.
Falhei...
Ainda que não há esperança, ainda sinto este amor.
Torturante, sufocante. Matador!
Livre-me deste peso. Livre-me das correntes...
Onde um dia havia sorrisos, calor por amor sincero, está sangrando incertezas, solidão, amarguras e tristezas....
Oh amor matador. Deixe meu coração em paz.
Deixe que as cicatrizes se cure, deixe que pare de sangrar pelo abandono.
E por fim... Lido com a dor e a solidão que dominam o meu peito.
Meu coração ainda lateja e se fere por você...
Mas foi tão fácil me esquecer...