TEMPESTADE NA ALMA
Carrego o peso das minhas amarguras
tentando sobreviver a todos temporais
minha alma há tempos em clausura
já não reage a tantos vendavais
A escuridão dentro de mim, me dá medo
sangra os pedaços do meu coração
já não sei da vida qual o segredo
que me liberte desta mutilação
Meus rastros se perderam no caminho
já não busco um futuro no passado
plantei flores, colhi tantos espinhos
deixei também meu presente sepultado
Talvez em algum tempo desconhecido
haja um lugar onde eu possa repousar
secar esta alma encharcada, coração ferido
que o destino se encarregou de maltratar
Vou vivendo e morrendo lentamente
escondendo minha face deste mundo
se eu morrer que seja secretamente
pois meu orgulho foi ferido até o fundo
Célia Jardim