TEMPESTADE NA ALMA

Carrego o peso das minhas amarguras

tentando sobreviver a todos temporais

minha alma há tempos em clausura

já não reage a tantos vendavais

A escuridão dentro de mim, me dá medo

sangra os pedaços do meu coração

já não sei da vida qual o segredo

que me liberte desta mutilação

Meus rastros se perderam no caminho

já não busco um futuro no passado

plantei flores, colhi tantos espinhos

deixei também meu presente sepultado

Talvez em algum tempo desconhecido

haja um lugar onde eu possa repousar

secar esta alma encharcada, coração ferido

que o destino se encarregou de maltratar

Vou vivendo e morrendo lentamente

escondendo minha face deste mundo

se eu morrer que seja secretamente

pois meu orgulho foi ferido até o fundo

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 25/01/2007
Reeditado em 08/12/2007
Código do texto: T358649
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