DESILUSÃO
Acreditei cegamente
Na bondade de um povo
Às vezes sorri contente
Pensando ser tudo novo
Mas quando passou o tempo
Tudo voltou ao que era
Todos com poses de fera
Defendendo seus espaços
Sua prole, suas comidas.
Seus preceitos, suas bebidas.
Suas ideias, suas vidas.
Cercando tudo com os braços.
Pensei que havia um lugar
Pra mim em seus corações
Novamente me enganei
Só encontrei desilusões
A ganancia e o egoísmo
Entre eles é suprema
É quem tange seu sistema
Que não divide nem doa
Uma mesquinhez sem igual
Uma distração fatal
Um não se importar letal
Que não agracia ou perdoa.
Querem que eu me humilhe, mendigue.
Até mesmo um prato de comida
Pra que a fome se estinga
Suma da minha barriga
Quere ver-me rastejando
Assim como os vermes no chão
Desejam isso pro irmão
Que tanto lutou por vocês
Desejam ver-me sem sorte
Anseiam ver minha morte
Querem ver se sou mesmo forte
Querem que eu suma de vez.
Sabendo disso e muito mais
Abro os meus olhos para o mundo
Perco minha fé nesses tais
Que fazem de mim um vagabundo
Repudio esses salafrários
Que me usaram e zombam de mim
Que me desprezam assim
Sem terem consideração
A nenhum de vocês mais respeito
Feriram-me de todo jeito
Fizeram-me encher o meu peito
De engano e desilusão.