DESILUSÃO

Acreditei cegamente

Na bondade de um povo

Às vezes sorri contente

Pensando ser tudo novo

Mas quando passou o tempo

Tudo voltou ao que era

Todos com poses de fera

Defendendo seus espaços

Sua prole, suas comidas.

Seus preceitos, suas bebidas.

Suas ideias, suas vidas.

Cercando tudo com os braços.

Pensei que havia um lugar

Pra mim em seus corações

Novamente me enganei

Só encontrei desilusões

A ganancia e o egoísmo

Entre eles é suprema

É quem tange seu sistema

Que não divide nem doa

Uma mesquinhez sem igual

Uma distração fatal

Um não se importar letal

Que não agracia ou perdoa.

Querem que eu me humilhe, mendigue.

Até mesmo um prato de comida

Pra que a fome se estinga

Suma da minha barriga

Quere ver-me rastejando

Assim como os vermes no chão

Desejam isso pro irmão

Que tanto lutou por vocês

Desejam ver-me sem sorte

Anseiam ver minha morte

Querem ver se sou mesmo forte

Querem que eu suma de vez.

Sabendo disso e muito mais

Abro os meus olhos para o mundo

Perco minha fé nesses tais

Que fazem de mim um vagabundo

Repudio esses salafrários

Que me usaram e zombam de mim

Que me desprezam assim

Sem terem consideração

A nenhum de vocês mais respeito

Feriram-me de todo jeito

Fizeram-me encher o meu peito

De engano e desilusão.

Allan Johnny
Enviado por Allan Johnny em 29/03/2012
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