Desinteligência Amorosa...
A quem mais, senão a ti, direi do meu sofrimento?
A quem, senão a ti, direi como estou triste,
sufocando os suspiros que nascem
das lágrimas do meu lamento...?
E a quem perguntar, senão a ti
como irei juntar o que está doendo
se em noites de abandono
sempre me encontro em tua porta...?
Como impedir de correr essa dor que me corta,
nesse ir e vir constante,
se todo esse absurdo não é para ti o bastante
e me faz aos poucos morrer..?
E como esconder minhas palavras nesse travesseiro,
meu único companheiro, se na ausência delas
és tu, o primeiro, a desaparecer?...
Curvo-me ao teu desejo,
e ao mesmo ensejo delego-te o direito
que tens de me esquecer...