Tempestades do hoje
A minha sofrida alma anda sujeita
A toda intemperança desta chuva
E essa tempestade se aproveita
Pra diluir a minha moral e culpa.
Eu ando por vazias alamedas
Com as minhas botas sujas desta lama
Os meus passos não seguem as veredas
Não são os mesmos passos de quem ama.
Com guarda-chuva furado e inútil
Caminho sob a chuva incessante.
As roupas que me tornam tão fútil
Agora pesam feito um elefante.
Minha bondade de perdoar
Minha vontade de esquecer
A força de não me irritar
Capacidade de não ver
Foram levadas com toda a água
Encharcando-me de toda a mágoa.
Está tudo tão escuro...
Está tudo inseguro...
No caminhar, porém, eu continuo.
No "alcançar um dia" eu me asseguro.
Que seja.