O que posso ser? (08-10-08)
Nunca desejei qualquer outro sentimento
Que não seja este que enlaça meu peito
Eu me sinto como tu e sente-se como eu
Quero mais de você do que um mero ateneu
Mas o que posso ser sem teu “sim”?
Sem todos os amores que podes expressar
E os desejos secretos que nunca foram cetim
No berço feliz que nos faz repensar...
Eu quero tudo e não aceito nada a menos
Tudo aquilo que perdi de teus gracejos
Não tenho nada a perder, como Nicodemos
Vagarei para sempre em teus desejos
As suntuosas mãos que um dia conduziram
Já não abrem sentimentos mil como dantes
Julgas inútil meu pesar, pois assim te permitiram
E contudo sois inóspito aos olhos de Cervantes
Tudo, tudo de você ainda seria pouco
Tão pouco da luxúria mental presente
Todavia enquanto viver serei louco
Mesmo por um beijo na face ausente
Permita-me oferecer-te tudo de mim
Que ínfimo é perante tua grandeza
Ó meu Rio Grande, me veste de carmim
Em trajes à altura da fina realeza
Que é da abelha sem o mel
Do beija flor sem o lírio
Do homem sem sabor de fel
Do mar que se faz colírio?
E repito ao céu: o que posso ser?
O que é do pássaro sem sua semente?
Saberei sofrendo assim sobreviver?
Quiçá uma luz, daquele que mente...
Mente em “pálpebra demente” que sossega
Afirmo e assim posso ser dignificante
Reunindo forças pr’aquele que não nega
Que em teu seio seguirei caminhante...
Que recompensa teria pelo pio desvario
Quando não posso ainda ser o que quero
Restam apenas migalhas ao leito do rio
E mesmo assim só direi que te espero...
Nunca desejei qualquer outro sentimento
Que não seja este que enlaça meu peito
Eu me sinto como tu e sente-se como eu
Quero mais de você do que um mero ateneu
Mas o que posso ser sem teu “sim”?
Sem todos os amores que podes expressar
E os desejos secretos que nunca foram cetim
No berço feliz que nos faz repensar...
Eu quero tudo e não aceito nada a menos
Tudo aquilo que perdi de teus gracejos
Não tenho nada a perder, como Nicodemos
Vagarei para sempre em teus desejos
As suntuosas mãos que um dia conduziram
Já não abrem sentimentos mil como dantes
Julgas inútil meu pesar, pois assim te permitiram
E contudo sois inóspito aos olhos de Cervantes
Tudo, tudo de você ainda seria pouco
Tão pouco da luxúria mental presente
Todavia enquanto viver serei louco
Mesmo por um beijo na face ausente
Permita-me oferecer-te tudo de mim
Que ínfimo é perante tua grandeza
Ó meu Rio Grande, me veste de carmim
Em trajes à altura da fina realeza
Que é da abelha sem o mel
Do beija flor sem o lírio
Do homem sem sabor de fel
Do mar que se faz colírio?
E repito ao céu: o que posso ser?
O que é do pássaro sem sua semente?
Saberei sofrendo assim sobreviver?
Quiçá uma luz, daquele que mente...
Mente em “pálpebra demente” que sossega
Afirmo e assim posso ser dignificante
Reunindo forças pr’aquele que não nega
Que em teu seio seguirei caminhante...
Que recompensa teria pelo pio desvario
Quando não posso ainda ser o que quero
Restam apenas migalhas ao leito do rio
E mesmo assim só direi que te espero...
***
imagem: kulturalokal.blogspot.com
imagem: kulturalokal.blogspot.com