A Máscara
Tire seu capuz de mentiras
Aproxime-se,
E mostre seus olhos carcomidos
Veja, continuo no estábulo
E o feno é ainda mais confortável
Que seu discurso ultrapassado
Você não quer mais me dirigir
Você não quer mais me salvar
Encostado estou no encontro triangular
Altivez refletida em meus olhos
Já não mais me fascina sua pretensa superioridade
Diga-me,
Onde lançamos seus valores morais
Diante de nova realidade antropológica
Deixe-me, portanto
Sujar os cabelos no barro da criação
Melhor é permanecer na cegueira
A ter de ouvir apenas a sua verdade
Eu sei, tão útil já não é a sinceridade
Eu sei, tão fácil já não é resistir
Enfim, já não tardio deterioram-se os princípios
Enfim, já não tardio eis irrompe verdadeira face
Mais e mais abaixo,
Inalcançáveis tornam-se os fundos dos meus bolsos
E meus títulos apequenam-se sob novo julgamento
Tudo em doses demasiado intoleráveis
Para assistir a execrável espetáculo
Que traz a queda de sua máscara