DESEMBOCADURA

Rasga-me a glote enquanto degluto

palavras ásperas, secas, intermitentes

que navegam os meus ciclos

e acampam em minha mente.

Desembocam águas de sal

que transpõem canais represados,

cascalhos na ponta da língua,

no cais o tempo encalhado.

Segue o hábito do sol poente

por entre serras e sertanias,

vertem lágrimas a nascente,

pede asilo ao barco poesia.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 18/03/2012
Reeditado em 19/03/2012
Código do texto: T3562117
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