Não há
Não há como não notar
que a solidão me condena.
Talvez essa seja
a minha pena de morte.
Talvez seja a sentença
por ter magoado
muitas pessoas.
Meus amigos, hoje,
já não são os mesmos,
nem nunca foram,
nem nunca serão.
Não há como descrever
a falta de um ombro
pra chorar,
de alguém pra contar
os segredos.
Falta da confiança,
do amor
e da solidariedade.
Sou invisível.
Invisível pra quem
eu tanto quero bem.
Brigas me doem muito.
Dói como uma estaca ao peito.
Nunca quis senti-la,
mas é inevitável.
Sempre condenei
quem a sentia.
E é por isso
que estou condenada
a dor e a solidão.
Fugir
não resolverá
meus problemas.
Estou condenada a viver sozinha!