Desencontro
Desencontro
Seu beijo já não tem o mesmo gosto
Assim como as expressões do seu rosto
Meus pés já não saem do chão
Não perco mais a respiração.
Sua pele costumava me inflamar
Sua voz instantaneamente me enfeitiçar
Não prestava atenção ao detalhes em torno
O que era muito quente, não tem graça morno.
Suas pernas não se encaixam mais nas minhas
Nossas mãos vagam à toa, perdidas e sozinhas
Todo conjunto é absolutamente sintomático
Não há emoção, parece estar no piloto automático.
Não há borboletas no céu do estômago
Só um corte dolorido em meu âmago
Sem frisson nem um leve arrepio
Angústia, vazio,nenhum desafio.
O tesão que vive da guerra, está em plena paz
O desejo antes incontido, em algum ponto jaz
O silêncio impera onde haviam sussurros e gemidos
Nossos caminhos encontram-se inalienavelmente perdidos.
Inútil essa tentativa atirada a esmo
Nenhum de nós é nem sombra do mesmo
Desculpe, nada disso faz mais sentido
Esquece,por favor,vista seu vestido.
Leonardo Andrade