PARTINDO...
Hoje vejo no cimo das entrelinhas do superficial
Toda coercibilidade das falsas sensações e dilemas
Advindos no bojo de tantas mentirosas elucubrações
Sem admitir estar em outros mundos em si remotos
Tão explicita na implícita mania de querer não ser
Apega-se a tudo o que seja novo novamente
Vestindo o supérfluo de conspícuas vestes
Defendendo a monocracia do que seja indefectível
Farejando falsos aromas no deserto onde és única flor
Mas não tornarei envilecido o que abrange meu ser
Nem subscreverei nada que fuja aos meus desígnios
Acho que sou mesmo indigno de pertencer-te
Não tenho as qualidades para penetrar teus paradigmas
Nem tampouco o intelecto de tantos que a cerceiam
Sou apenas alguém que persevera a cada dia em ser o que sou
Pois ininteligivelmente vaguei pelo que achei conhecer sem conceber
Que tudo que não é jamais será em si mesmo o que pensa que já o é
Endêmico é o sentimento que nutro em mim por quem se vai
Esvaindo-se lentamente de minha vida sem retóricas obsoletas
Tentando evadir-se dos terrenos que com tanto amor cultivei
Ansiando colher as flores dos jardins de intransferíveis cores
Com todo zelo e com tanto desprendimento pensei cultivar
Irriguei com gotas de sonho cada segundo dessa natividade
Ainda sabedor que poderia nunca colher teus ramalhetes
Nas ramagens que o vento do destino bate sem que se perceba
Abate-se o sonho sem ao menos dar-se conta que ainda não dormi
www.recantodasletras.com.br/autores/leilson