A perda
Ninguém entende a perda de alguém.
Acredito que os sentimentos são tão individuais, que talvez, nem que se queira, se consiga entender a dimensão das dores alheias.
O fato, é que, o processo do sentir, as vezes dói tanto, que chegamos a produzir lágrimas que mais parecem anestésicos ao mesmo tempo que incitantes da dor.
A perda é cruel, mas ao mesmo tempo, é doce lembrança de quando se estava perto, de quando se existia, de quando se tinha, de quando se sentia...
A perda é um sentimento de culpa, de incompetência, de negligência,de irresponsabilidade, de descaso e falta de noção do tamanho da falta que você irá sentir do perdido.
A perda passeia pelo remorso tardio, pela consciência doída pelo que não evitamos.
Ela vai e volta como ferida pungente, perpétua, traumatizante e invisível aos olhos materiais, a perda dói um infinito de vezes e perturba o sono do perdedor com lembranças de quando se podia ter.
A perda é um ponto de escuridão que vence o sol, matando aos poucos a alma do que perdeu.