JAZIGO

Me chegam, aos montes, sons familiares

Que ecoam nas paredes da minha sala

E os sons se espalham em todos os lugares

Nó na garganta, perco a minha fala.

Percebo pelas cores destes sons

Que eu já os vi e ouvi, mas não lembro onde

Talvez em outros tempos, tempos bons

Sussurro algo, mas ninguém responde.

Torturando-me assim por fim revelo:

Não sou culpado pelo que aconteceu

Não posso construir um castelo

Pra uma princesa cujo príncipe não sou eu.

E com os tijolos do que seria um palácio

Faço uma nova e utilitária construção

E a tinjo com uma cor de tom rasáceo...

Fiz um jazigo pra abrigar meu coração.

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 27/02/2012
Reeditado em 05/06/2024
Código do texto: T3522472
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