JAZIGO
Me chegam, aos montes, sons familiares
Que ecoam nas paredes da minha sala
E os sons se espalham em todos os lugares
Nó na garganta, perco a minha fala.
Percebo pelas cores destes sons
Que eu já os vi e ouvi, mas não lembro onde
Talvez em outros tempos, tempos bons
Sussurro algo, mas ninguém responde.
Torturando-me assim por fim revelo:
Não sou culpado pelo que aconteceu
Não posso construir um castelo
Pra uma princesa cujo príncipe não sou eu.
E com os tijolos do que seria um palácio
Faço uma nova e utilitária construção
E a tinjo com uma cor de tom rasáceo...
Fiz um jazigo pra abrigar meu coração.