UM TEMPO, ENTREGO O MEU CORPO

Aqui dentro agora ou lá fora,

Entre o meu ser e o saber;

Estou nem muito, nem pouco louco,

No que de mim na noite vago..., e trago

Uma essência pura, mas, talvez sem cura,

Ao que me lambe e também me tombe...

E o elemento é sempre o tempo,

Que alimenta e experimenta, e arremessa a promessa,

No vestir do ontem, do hoje e do futuro que procuro.

Consome-me o dia em alegria,

Devora-me a noite seguinte com requinte,

Para a madrugada engolir,

Tudo o que é o meu falso sentir.

Do meu corpo não sobra nada,

No desejo da minha culpa levada...,

Só a mente como indigente,

Das tantas ilusões em aflições;

Pois, se desmancha a carcaça que vira caça,

E ao infortúnio da minha vida invadida,

Sobrou o sopro do meu coração que se perdeu na solidão!

Setedados
Enviado por Setedados em 25/02/2012
Código do texto: T3518240
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