A MANHÃ
E a manhã era minha
O amanhã não é meu
Todo o tempo que tinha
Hoje se foi, pereceu
Tu percebeste que vinha
Em vão se perdeu no que é meu
O vinho embriaga a loucura
O sóbrio de mim feneceu
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E era loucura demais
É tanta que o sol já bateu
E dorme o Poeta, agitado
Percebe o amor que perdeu
Da morte que é certa, a certeza
Da vida que brota, a beleza
O ontem foi pura estranheza
Aos olhos de quem não viveu