VULCÃO INATIVO

Me despi de mim, de minhas ilusões

Corri de minhas fantasias

Não mais quero entoar essas canções

Desafinadas...de notas vazias...

Debrucei-me na janela da solidão, minha companheira

Estendi-lhe a mão e me deixei levar sem resistência

Como se fosse minha viagem e aventura derradeira

Não me importava se era o fim de minha existência...

Eu larguei toda minha vestidura

De emoções que outrora me alimentava

Tornei-me a mais triste criatura

Descobrindo a mentira de quem me amava...

Eu queria me vestir de flores pra perfumar um caminho

Queria ser a mais bela dentre todas deste mundo

arrancar em ti, ais e delírios de uma noite em teu ninho

Morrer e viver de amor em apenas um segundo...

Meu desejo que nascera como um vulcão

Abrigo não acha, só teu desdenhar ao sentimento

Em gelo se transforma ao tocar teu coração

Tomo minhas vestes e me visto do meu desalento.