Sonhos mofados

É preciso dizer que, em seus olhos borderline, para além do sexo, há um olhar sentimental e, talvez, de instantes, uma quase-morte ou, ainda, um desejo.

E uma expectativa, quando, pela manhã, um sonho me dizia, que seriamos algo diferente e, embora calados, não fomos.

E agora, um baseado, esquecido, que necessitava ser fumado, rodava.

Amanhã, quem sabe, nos esqueceremos, tornamos palavra vazia igual ao vazio que nos cabe, como se coubesse no espaço de nossos beijos ou, mais provável, de nossos medos.

Além disso, sem que notasse, naquela noite, alguém me olhava sobre o cardápio.

Chovia, chovia, caiam imperceptíveis fagulhas sobre meu corpo molhado. E as roupas grudavam sob o corpo, iam ficando, não por vontade, mas como um desejo.

Por fim, a tragédia e algumas bebidas. E diziam ele-é-sempre-assim.

E pronto, é preciso, às vezes e infelizmente, uma decisão, feche-tudo-quando-sair, saio do quarto e apago a luz.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 12/02/2012
Código do texto: T3494945
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