Finito
Perto do fim eu penso
O quanto tudo foi intenso
E nada agora importa
Próximo da hora morta
E quanto mais acelera
Meu coração se altera
Irregular e ansioso
Pelo eterno repouso
Mas então o que seria
Do amanhã, outro dia?
Quem de mim lembraria?
Tristeza ou alegria?
Alívio certo, propenso
Entorno-me de incenso
E para o fim me preparo
Feliz, momento raro
Pois enfim encontrara
A razão de uma vida:
Encerrar o que separa
A cura e a ferida
E juntar num único leito
As emoções enterradas num peito
Que já não pode sentir
O inverno ou verão a vir
Tudo no mundo é finito
E há o que não devia nascer
Portanto, despeço-me, aflito
É hora desta alma morrer