Finito

Perto do fim eu penso

O quanto tudo foi intenso

E nada agora importa

Próximo da hora morta

E quanto mais acelera

Meu coração se altera

Irregular e ansioso

Pelo eterno repouso

Mas então o que seria

Do amanhã, outro dia?

Quem de mim lembraria?

Tristeza ou alegria?

Alívio certo, propenso

Entorno-me de incenso

E para o fim me preparo

Feliz, momento raro

Pois enfim encontrara

A razão de uma vida:

Encerrar o que separa

A cura e a ferida

E juntar num único leito

As emoções enterradas num peito

Que já não pode sentir

O inverno ou verão a vir

Tudo no mundo é finito

E há o que não devia nascer

Portanto, despeço-me, aflito

É hora desta alma morrer

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 10/02/2012
Código do texto: T3491639
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