SEM BANDEIRAS

Acho que as gargantas

Esganiçaram-se doidas

E dos gritos de protestos

Nem murmúrios restaram

Cansaram todos

Dos berros inúteis

Braços cruzados

Conformados na situação

Não se aglutinam movimentos

Reuniões e assembleias

Passeatas perderam o charme

Esqueceram a empolgação

Talvez as reivindicações

Já foram conquistadas

Sem famintos e desvalidos

Todos contemplados

Nem mesmo a corrupção

Outrora tão bramida

Hoje é notícia vencida

Cotidianamente vivida

Os jovens estão velhos

Na velhice conformados

Os tempos estão mudados

E tudo está como sempre foi...