O nada
De repente o nada
Um vazio oco
Meu mundo suspenso
Num intervalo de tempo
Tempo que não se mede
Sem início
Sem fim
Somente a consciência
De mim
Vago sem acústica
Não me ouço
A voz é muda
A palavra surda
Olho a vida
que acontece
Não me atinge
Não enaltece
Assim permaneço
Sem fim
Sem começo
Sem custo
Sem preço
É confortável
Esse nada
Sem sensações
Sem emoções
Anestesiada
Vou repousar
Nesse vazio
Me aconchegar
Nesse oco
Sem o som
Do meu sufoco