PEDRAS NO JARDIM

É o momento de reflexão, introspecção.
Como penitência viver como analfabeta.
Mãe solteira da filosofia,nada por escrito
ao ter recaída, colar os cacos de poesia.

Eis o momento de lucidez, da aceitação.
Venceu a razão, sentimento em exclusão.
Fui o desejo sem parceiro na contra-mão.
Como ser poeta sem clamar pela ilusão?

Continuo carregando-o como fardo
por onde quer que eu ande, cansada.
Arrasto o meu coração amordaçado,
em fibras de folha de flandes envolto.

Não foram gastas palavras no adeus,
o silêncio foi muito mais contundente.
Fomos pedras se triscando sem fogo,
evoluidos ao habitat da atualidade.

Como consolo, somente a vingança
de que não terás seu nome ao meu
na eternidade... Vazio cheio de hera
cristalizado no cupido do jardim.



 
Railda
Enviado por Railda em 02/02/2012
Reeditado em 16/10/2013
Código do texto: T3476824
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