O pó de minhas lágrimas...
O pó do mundo, é o pó de minhas lágrimas.
Minha carne secando o sangue com o sal jogado diariamente nela.
Minha pele desfiada lentamente por facas afiadas.
Meu corpo atrofiado pelas incessantes mutilações na alma.
Trago um leão no peito e um pássaro ferido de morte na alma.
Desilusão é não ter no que acreditar, porque se descobriu que no mundo tudo é mentira e injustiça.
Sem chão, sem comapixão, sem emoção, sem paixão; eu vivo apenas de escuridão.
Não, não há irmandade e nem amor.
Tudo é sujeira, interesse.
Minha carne sangrando sem parar.
E eu só faço chorar as lágrimas, que já não consigo chorar.
Ponho sal nas feridas e vejo o sangue esvair e a carne secar.
Viver sem esperança é morrer a cada dia.
Mas, como ter esperança num mundo onde tudo é injustiça, maldade e desigualdade?
Troços de alma jogados na rua.
Pedaços de vida pelas ruas rastejantes.
Eu apenas um solitário pela vida viajante.
Porque o pó da minhas lágrimas, é o pó desse mundo cão, e é também o pó de minha torpe e infeliz existência.