Palhaço de circo
Abrem-se as cortinas...
O show vai começar!
As luzes do palco se acendem
E a platéia continua na sombra,
Em silêncio a esperar...
Os últimos retoques acontecem no camarim,
A máscara pesada, a cara pintada,
Esconde o palhaço que vive dentro de mim...
Lá fora, a música começa,
O cenário se ilumina
E bailarinas se equilibram na ponta dos pés.
Elite e plebe dividem o mesmo espaço,
Onde o clássico, divide a cena com o mundano...
E eu, continuo à frente do espelho, me pintando...
Ouço o som dos tambores,
E sei que a emoção se equilibra no palco...
Ainda não chegou a hora da minha entrada.
E devagar, vou vestindo a fantasia,
Onde escondo o resto de mim...
E quando chega a minha hora,
Mais uma vez, me olho no espelho:
Meu semblante tristonho,
Se esconde por detrás da máscara
Do palhaço que semeia riso por onde passa,
Enquanto recebe aplausos...
Quando as cortinas se fecham
E as luzes se apagam,
Vou vagar no mundo com o meu rosto anônimo,
Camuflando as amarguras,
Da minha vida tão sem graça.