Indecentes

sou desta era estúpida

época que se desafia tudo

e se desafina tudo

sem verdades

vozes afinadas

lápis afiado

vozes dos calados, ecos do povo

calam-se com pólvora

sem liberdade

silenciam-se sem dó nem piedade

mesmo alí, no calçadão na avenida

calam-se verdades

e, quem as dirá?

sinto um aperto na garganta, ingulo em seco

encarceram pensamentos livres

se pudesse descansar a mente

talvez calasse

de nada vale

extinguem fogo com petróleo

jubila a incopentência

ai vida...,

como me ferve o sangue

deixe que eu me cale

ainda me engole a cobra da pólvora

são como sementes

vão despontando, nascendo e crecendo

um dia cai o veu

e expõe a verdade

Albano Jone
Enviado por Albano Jone em 02/02/2012
Código do texto: T3476015