A MESMA FORMA

“A MESMA FORMA”

Assim como que ignorada,

As palavras se confundam

Em grãos;

Assim como que requisitada

Em que se é repudiada,

Uma perdida emoção;

Assim como a árvore se entristece

Quando o machado a madeira lhe decepa,

Da mesma forma é atingida a quebra

Em que se reme seu coração;

Da mesma forma

Que o amor que lhe trouxera à alegria

E que não lhe permitia a treva

E lhe ouviria em confissão;

Da mesma forma

Que a mágica se recrudesce

Quando o achado surto,

Surta com a razão;

Assim como a aspereza se preserva,

Da mesma forma,

Em que é repetida a pecha

De minha devoção;

Da mesma forma

Que se soubera que é viva

E que não lhe permita,

Sendo bem quista,

Vivê-la em botão;

Assim como a sombra padece

Quando se acorde à noite

E não se tenham os braços delgados

Passados em minha direção;

Assim como quando calado

O cajado que dê o sustentáculo

Filtre uma caminhada

Nova e evasiva,

E não se semeie

O que se sinta,

Sem sua única permissão;

Da mesma forma franzina

Que torna o sentimento,

Cobiça,

Para um amor

Deixado em vão;

Da mesma forma

Que é negada a vida

Para uma devassa regrada,

Devasta e benigna,

É bom que se diga

Em que se pedira,

À vista,

O ato de sua visão.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 02/02/2012
Código do texto: T3475548
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