Minhas imperfeições
Estava fitando demoradamente o meu corpo.
Cada traço, cada entalhe, cada detalhe.
Vendo as formas, comparando as medidas.
Abrindo as feridas do meu ego.
Estava escrevendo sobre meus traços, num rabisco.
Noto falhas no traçado, emaranhado o meu perfil.
Fico chateada, magoada e enterrada dentro de mim.
Afogo minhas mágoas no supérfluo que enfastia.
Admiro o belo que tem um elo com o inatingível.
Durmo em sonhos e castro meu eu, inoportuno.
Máscaras encobrem a face, esconde mil facetas.
O que sou raro aparece neste mundo de faz de conta.
São as minhas imperfeições, seguidas de decepções.
O melhor dos psicanalistas não desvendaria o que sou.
Meu cárcere a céu aberto, presa estou a conveniências.
Onde está a caridade nesta minha alma revel?