poemacacodeduaspontas
quando meu olhar partia
de menos de um metro de altura era
sempre costumado com arranhões, na calçada
... durao dedo furado no espinho da laranjeira na laranjeira
do sul o corte no pé, nos cacos da garrafa que eu havia quebrado
o pé torcido rente ao muro que pulava, os pontos pretos
na perna na mão na cabeça, na cabeça, na mão
na perna me desacostumei com os
ferimentos que tanto me
ensinaram tornou meu costume ter medo de cair de jogar
bola agora somente pra reacostumar faço um
ponto finalcom uma gotinha de tinta
vermelha que tirei com a agulha
desses versos vermelhos
de infância e com
o dedo aqui.