ESTRADA DE DESILUSÕES
Tu chamas a alma de estrada,
Fazendo das chamas a entrada dos sonhos
E, sozinho, tu choras a desilusão do nada
Como se tudo desfalecesse nos céus medonhos...
Tua alma, solitária, clama por bondade
Mas onde acabará a chama da violência,
Enquanto tuas parcas pernas perambulam pela cidade
Onde se queima o ônibus da mais sublime essência ?
Tens o sonho, mas o mundo é vil
Tens essência, mas o mundo não a valoriza
Neste parco tempo que já sucumbiu
Nesta tênue aurora de uma alma em brisa...
Talvez tenhas tudo que o mundo não aprecia
Tu não tens dinheiro, mas versos
Tu não tens poder, mas prosa
Neste brilho opaco destes universos
Perdidos na vastidão de uma cor lustrosa
E diluída no âmago de tua essência...
E mais uma vez tu chamas a alma de estrada,
Fazendo das chamas a entrada dos sonhos
E, sozinho, tu choras a desilusão do nada
Como se tudo desfalecesse nos céus medonhos...
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