Perda e finitude
É deitar à noite numa cama de pregos
É não entender o que aconteceu
É a morte de todos os egos
É sentir dolorosamente o quê morreu
É esperar por alguém que não virá
É não ter alento de forma alguma
É andar sem destino pra lá e pra cá
É não saber no que acreditar
É não ter ânimo pra nada
É querer se matar
É vida cinza e enfadada
É lágrima, e lágrima e mais lágrima
É solidão que ninguém quer saber
É olhar a vida sem esperança de cima
É não querer viver
É morrer com vida
É dia que não alegra
É a mais pura dor da ida
É andar carregando quios de pedra
É mais uma vez fracassar
É se arrepender
É dor que faz urrar
É a mais dura maneir de não ter
É a perda e a finitude
É fazer da cama de pregos ataude
É da noite o negrume