Dores(08/07/05)

Perdão! Eu não lembro.

Tu passastes tão sutil quanto o vento,

Despercebida como um domingo,

Silenciosa como a rua noturna...

Sem deixar olhares,

Como uma gueicha.

Sem pronunciar voz,

Como uma muda.

E desta muda florecestes bela

Num jardím de livros.

Tímida, de pétalas simples.

Humilde, de hálos firmes.

Teu coração reflete o ninho

Onde meu beija-flôr aspira repouso,

E teus lábios e olhos,

Onde ele busca alimento.

Por esta flôr,

Perderia minhas asas e criaria raízes.

Enfrentaria todas as interpéries

Todo mau tempo.

Não me perderia nos olhos dos furacões

Pois teus olhos servir-me-iam de guias.

Sempre vertendo-me em algo mais

Que um mero mortal.

Pois sou apenas mais um homem,

Um homem comum,

Sujeito às dores...

Sujeito às lágrimas...

E se me for permitido, e se assim for,

Secar-las-ei em tuas pétalas

De manhã, cedinho,

Para misturarem-se ao orvalho.

Pois es apenas uma mulher,

Uma mulher comum,

Sujeita a entregar-se

Ou a negar-se...

Sujeita a amar ou a sofrer...

Sem necesidade de acalentar

Àquele de dores reais

Proveniente de amores ilusórios.

Pois no luto da minha desilusão,

Cego e insensível, não te senti

Pois mantinha, ainda,minha fé

Em algo que não mais se movia.

E po quatro estações estivestes, humilde,

Com tua beleza e encanto ao meu lado

Mesmo assim! Eu não me lembro

Perdão!?

Luis Carlos Wolfgang
Enviado por Luis Carlos Wolfgang em 12/01/2007
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