ROGATIVA À MORTE
Não se lembre de mim, oh morte!
Há tantos que não querem viver.
Infelizes entregues à própria sorte,
Que só sabem da vida maldizer.
Leve-os consigo, assim os agrade.
Deixa-me viver eternamente em paz.
Não desejo ser apenas saudade.
Se serei feliz ou triste tanto faz.
Pense quanto irão sofrer os filhos meus,
Desamparados do meu amor e proteção.
E o sofrimento ao darem o último adeus,
Implorando minha presença em oração.
É certo que já levaste uns parentes
e bons amigos que desejo reencontrar,
Mas diga a esses que estão ausentes,
Que não tenho pressa, eu sei esperar
Espero finalmente tê-la convencido,
Famijerada e impiedosa sentença.
Do contrário apenas peço desiludido,
Não seja homicídio, acidente ou doença.