ROGATIVA À MORTE

Não se lembre de mim, oh morte!

Há tantos que não querem viver.

Infelizes entregues à própria sorte,

Que só sabem da vida maldizer.

Leve-os consigo, assim os agrade.

Deixa-me viver eternamente em paz.

Não desejo ser apenas saudade.

Se serei feliz ou triste tanto faz.

Pense quanto irão sofrer os filhos meus,

Desamparados do meu amor e proteção.

E o sofrimento ao darem o último adeus,

Implorando minha presença em oração.

É certo que já levaste uns parentes

e bons amigos que desejo reencontrar,

Mas diga a esses que estão ausentes,

Que não tenho pressa, eu sei esperar

Espero finalmente tê-la convencido,

Famijerada e impiedosa sentença.

Do contrário apenas peço desiludido,

Não seja homicídio, acidente ou doença.

Samir Fernandes
Enviado por Samir Fernandes em 15/01/2012
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