MATANDO A TI, ME MATO!

A situação pegou e feia...
Tive que abortar a ti
de dentro do meu mim...
Retirar a ferro, a fogo,
aquele amor a rogo,
emaranhado em minha própria teia,
preso, enfim, em minha cadeia
de tanto me consumir...

Nesta vida, eis o meu jogo!
Sei da dor do pecado e do crime
que para sempre,
por mais que eu tente e rime,
infinitamente irão me seguir...
Perco-me na minha poesia,
tudo feito ao teu existir...
Tanta vida quis te dar,
por meio da rima
felicidade intuir.

Na recíproca de um grande amor
fiz construir...
Pra neste instante
Eu, construtor, destruir!...
(A não ter que me implodir...)

Ao assassinar o teu afeto,
suicido-me ainda feto,
sem ter que me fazer desafeto,
efeito obsoleto e abjeto.
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 15/01/2012
Reeditado em 18/01/2012
Código do texto: T3441983
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