O DOMINGO
Enfadonho domingo,
Eu, aqui só, comigo!
Nunca gostei de domingo,
É uma chatice quando se está só
E, mesmo acompanhado, é enfadonho!
Certo que não foi de todo infrutífero,
Escrevi dois bons poemas: Dia e noite;
Humana flor de cacto. Eu mesmo questiono:
Como pode uma alma tão triste e deslocada
Na vida escrever poesia de ótima qualidade?
Não sou quem diz, mas dezenas de comentários
Nos sites de divulgação e os que me apertam a mão!
Meu pensamento – que sou eu na minha essência –
Traz em si a inquietude, é como uma gigantesca antena
Captando inspiração que minha alma poética – sem pena,
Exige seja derramada em minha “pena” que a faz poema!
Não creio que para ser poeta há de sofrer – isso é figura
Que o Mestre Moraes usou sob medida e como muita lisura!
Ninguém nasceu para sofrer, se sofro – devo merecer...
Mas, penso que ainda vai acabar ou minorar meu sofrer!
A noite vem chegando, com ela me entendo – ela me alegra!
Vou ver minha namorada: a Lua, Dama de veste prateada,
Certo que me contará, emocionada, mais uma história de amor!
Já não estou triste! Adeus domingo, eu venci! Sou Grato Senhor!
¹Vinícius de Moraes