O livro
[Sábado, quatro horas da manhã; não consigo dormir]
Tomar-no-cu era o que eu devia ter dito. Silenciei-me.
Enferrujam-se as páginas dos livros
(livros-passados, livros-momentos, livros-futuros)
Porque as palavras são inúteis, inúteis.
Elas silenciosamente não dizem nada.
E mesmo assim não consigo dizê-las.
Dizer adeus e saudade e caminhar por entre pessoas diferentes.
Extensão de uma ilusão e de uma inocência; não sou de agora.
Quero ser Caetano. Quero ser vagabundo.
Quero estar no mundo; porventura, outro.
E enferrujar no poema.