O livro

[Sábado, quatro horas da manhã; não consigo dormir]

Tomar-no-cu era o que eu devia ter dito. Silenciei-me.

Enferrujam-se as páginas dos livros

(livros-passados, livros-momentos, livros-futuros)

Porque as palavras são inúteis, inúteis.

Elas silenciosamente não dizem nada.

E mesmo assim não consigo dizê-las.

Dizer adeus e saudade e caminhar por entre pessoas diferentes.

Extensão de uma ilusão e de uma inocência; não sou de agora.

Quero ser Caetano. Quero ser vagabundo.

Quero estar no mundo; porventura, outro.

E enferrujar no poema.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 08/01/2012
Código do texto: T3428654
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