AMOR ALUCINANTE
Estou perdido nas vertigens de teu tempo
E desnudo-me para você em cada segundo
Doando a mim mesmo tua demiurga presença
Perpetuando-te no fluxo de meu desejo
Enraizado na beleza que habita em teu olhar
Onde vagueia o inteligível no que lhe é sensível
E meu corpo a instar uma carícia tua
Intimorato embevecido que foi por esse querer
Pressentindo pelo olfato o aromal de tua transpiração
Como um enigma desdobrando-se em teus enigmas
Subjaz em todos os meus mais sensíveis sentidos
Pois sem você sou apenas o esboço de mim mesmo
Nada mais que um sonho embalado pela insônia
Sei que teu poder sobre mim é inefável
Pois você é minha alucinante Pharmacéia
A levar-me ao centro de tua fonte
Onde bebo do inescrutável em nós
Minha libidinosa Ártemis Agraïa
Dos labirintos das florestas voluptuosas
Para que eu seja a caça a satisfazer teus instintos
Pois mesmo distante nada entre nós é infactível
Nas sendas de nossas autóctones vontades
Estou perdido nas vertigens de teu tempo
Na paixão e no amor de teu íntimo espaço
E aonde poderei refazer nosso sedento desejo
A não ser em teu plurifloro jardim