AMOR ALUCINANTE

Estou perdido nas vertigens de teu tempo

E desnudo-me para você em cada segundo

Doando a mim mesmo tua demiurga presença

Perpetuando-te no fluxo de meu desejo

Enraizado na beleza que habita em teu olhar

Onde vagueia o inteligível no que lhe é sensível

E meu corpo a instar uma carícia tua

Intimorato embevecido que foi por esse querer

Pressentindo pelo olfato o aromal de tua transpiração

Como um enigma desdobrando-se em teus enigmas

Subjaz em todos os meus mais sensíveis sentidos

Pois sem você sou apenas o esboço de mim mesmo

Nada mais que um sonho embalado pela insônia

Sei que teu poder sobre mim é inefável

Pois você é minha alucinante Pharmacéia

A levar-me ao centro de tua fonte

Onde bebo do inescrutável em nós

Minha libidinosa Ártemis Agraïa

Dos labirintos das florestas voluptuosas

Para que eu seja a caça a satisfazer teus instintos

Pois mesmo distante nada entre nós é infactível

Nas sendas de nossas autóctones vontades

Estou perdido nas vertigens de teu tempo

Na paixão e no amor de teu íntimo espaço

E aonde poderei refazer nosso sedento desejo

A não ser em teu plurifloro jardim

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 05/01/2012
Código do texto: T3423460
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