O fim
Retornamos ao quarto
Como quem retorna de um velório
Relacionamento acabado
Nossa vida, construída com amor até então,
fatalmente ao insucesso fadada
Enganos – desencontros
Amor bandido à procura de mais amor
Misturaram-se ao cotidiano frio
Corrente como um rio
Se esvaiu
Abajur ainda ligado
Corações despedaçados
Nada havia sobrado
Nem mesmo respeito
Sempre tão falado
Agora abandonado
Deitamos novamente
Como dois vizinhos desconhecidos
Sem palavras – movimentos
Nenhum alento
Somente tormento
Pela consciência de que o fim
Poderia ser diferente
Decente
E o amor?
Escorreu pela cama
Secou no tapete
Indiferente ficou
Ao acordarmos no dia seguinte
Acabou
30/12/2011
rosalva-cantinhodopapo.blogspot.com