Chora Palhaço

Este palco que dominava,
Não se importa mais com tua graça.

Sem graça caminha para desgraça.
Sem a fantasia,
Pintura, tintura de um dia.

Chora palhaço.
As tintas de seu disfarce encantam,
Mais que todos as crianças,
Que crescem e percebem a tinta escorrer,
Para mostrar a realidade.
Cicatrizes,
Rugas,
Olhos vermelhos,
Sem o tempero do artista.

Então chora palhaço.
Um choro para os tantos
Que amargurados não viram o seu reinado.
Onde a fantasia de um dia
Erguia os cansados dos dias em agonia.
Da labuta à ansiedade de mais uma vez
Ter a você na paz do picadeiro.

Chora palhaço.
Que no meu canto finjo que não pressinto,
A necessidade de te ter em meu recinto,
Para me livrar do tanto que sinto por viver.
E o cansaço ficava
Na cara,
Nos gestos,
Estripulias,
De quem simplesmente pedia
Um pouco de alegria.

Então chora Palhaço,
Chore por nós,
Que choro por ti.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 02/01/2012
Código do texto: T3418972
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