ANO NOVO... SERA?

Ano novo... Mas o que há de tão novo?

Os dias continuam do mesmo tamanho

Mesmo desgoverno, o mesmo povo

Serei conhecido e também estranho

A primavera virá, outra vez, sem flores

O mesmo sol nasce e às geleiras degelam

Mesmos tablóides, bundas e rancores

Armas e drogas, políticas que flagelam

Ruas de cães e gatos e seus carrapatos

Exemplos de fome, solidão e abandono

Lua crescente, minguante e seus quartos

Calçadas sujas; folhas de outono

O amanhã trará o ontem já cansado

As mesmas coisas, com gosto de pó

Sim, porque o futuro copia o passado!

É... Mas a vida passa e tudo é igual!

Buzinas, vazio e silencio... Estou só

Ahh... mas amanhã será carnaval!

Vestiremos a máscara teatral da alegria

Não haverá amanhã; ao menos até quarta feira!

Então dizemos: “ah era tudo que agente queria!”

Ilusão; viver e morrer... É só brincadeira!

Mais logo virá o Natal... Será festa de que?

Não importa! “Queima a carne e faz fumaça”

E olha que tem funk, pagode e cachaça

De tudo tem bastante e não dá perder

Ao lado do lado negro está o melhor dá vida

Nada muda, pois se difere, a vida é estorvo

Bem, talvez não assim tão doente, tão ferida

Mas vejam, finalmente é ano novo... Novo?

jan/2012