Saudades ao vento

Quando a brisa de relance paira

Sobre as aves que não querem voar

Estas olham, tristes e calmas

As ondas frias do mar

Do amor aldáz

Que fugia agora num barco lento

Restou-se a fria chama

Que no peito, apaga-se com o vento

E até o mar lamenta

Chorando ao tocar a areia, lembrando-se de outros felizes maios

Assim como o barco que vai ao longe

O sol também se esvai em seus últimos raios

Nenhuma palavra ousa ser pronunciada

Nenhum som tem a coragem de deixar-se emitir

Apenas silêncio e mágoa

Transborda na silenciosa lágrima, que se permite cair

O vento surge, tentando ser o consolo

Mas a alma não pode mais voar

Então contempla o céu alaranjado

Lembrando-se da outrora felicidade, que num barco fugiu pelo mar

Como tristes gaivotas, que voam ao entardecer

Canta triste a antiga canção

E lembrando do último beijo

Chora o peito em ascenssão

E as estrelas, pontos de luz incessante

Parecem gritar:''Reaja, reaja!''

Mas quando o amor morre, parece impossível viver

E não suportando o presente, ao passado viaja.

Lara Monique
Enviado por Lara Monique em 31/12/2011
Código do texto: T3415715