Saudades ao vento
Quando a brisa de relance paira
Sobre as aves que não querem voar
Estas olham, tristes e calmas
As ondas frias do mar
Do amor aldáz
Que fugia agora num barco lento
Restou-se a fria chama
Que no peito, apaga-se com o vento
E até o mar lamenta
Chorando ao tocar a areia, lembrando-se de outros felizes maios
Assim como o barco que vai ao longe
O sol também se esvai em seus últimos raios
Nenhuma palavra ousa ser pronunciada
Nenhum som tem a coragem de deixar-se emitir
Apenas silêncio e mágoa
Transborda na silenciosa lágrima, que se permite cair
O vento surge, tentando ser o consolo
Mas a alma não pode mais voar
Então contempla o céu alaranjado
Lembrando-se da outrora felicidade, que num barco fugiu pelo mar
Como tristes gaivotas, que voam ao entardecer
Canta triste a antiga canção
E lembrando do último beijo
Chora o peito em ascenssão
E as estrelas, pontos de luz incessante
Parecem gritar:''Reaja, reaja!''
Mas quando o amor morre, parece impossível viver
E não suportando o presente, ao passado viaja.