POEMA TRISTE

POEMA TRISTE

Jorge Linhaça

Arandú,24/12/2005

A água que brota em meus olhos

é chafariz da desilusão,

cachoeira de sentimentos perdidos,

rio caudaloso de desamores vividos

desaguando no mar da incompreensão.

As sombras que cobrem meu olhar

são mortalhas de muitas paixões,

sepulcros dos amores enjeitados

mausoléus do coração esquartejado

cemitério das minhas ilusões

A dor lancinante que me corrói o peito

é a dor do sonho desfeito

é chaga aberta pelo rejeito

é ferida purulenta esperando punções

Os gemidos que brotam em minh'alma

são palavras lançadas ao vento

são gritos de puro desalento

são urros de puro tormento

são brados que a dor espalmam