Ao desgoverno do mundo
Saberei um dia viver
longe das guerras da rima,
daquilo que me aproxima o gosto
em sobreposto a tantas dores?
Ei de saber um dia viver
sem pintar o rosto,
posto ao desgoverno do mundo?
Preciso é saber sorrir só.
Saberia, num dia desses de viver,
tirar o pó e a solidão,
polir o assoalho-coração
de emoção nova, trova velha?
Soubesse um dia viver de fato
alegria sempiterna e fria
de olhos abrindo em mar
e não mais represar essas águas,
saberia não morrer, não me afogar.