OUTONO

Sob as cinzas ds horas que se queimam incontinenti

Há o borralho inconsequente deste amor.

Sob as cinzas das horas que me queimam

Há o resguardo idiota de uma paixão insuficiente.

E mesmo que a boca do vento a fustigue,

Não haverá quem a aprecie tanto quanto eu quisera.

As quimeras se despetalam como fim de primavera

Em um caudal sem norte e sem cor.

E ainda há este frio que me destempera a fronte.

Ainda há a intempérie, o céu negro que desaba sobre mim,

Gritando o que deveria ser apenas silêncio denso.

Sequer uma estrela há que me oriente

A reinventar o amor que você quer de mim.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 19/12/2011
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