OUTONO
Sob as cinzas ds horas que se queimam incontinenti
Há o borralho inconsequente deste amor.
Sob as cinzas das horas que me queimam
Há o resguardo idiota de uma paixão insuficiente.
E mesmo que a boca do vento a fustigue,
Não haverá quem a aprecie tanto quanto eu quisera.
As quimeras se despetalam como fim de primavera
Em um caudal sem norte e sem cor.
E ainda há este frio que me destempera a fronte.
Ainda há a intempérie, o céu negro que desaba sobre mim,
Gritando o que deveria ser apenas silêncio denso.
Sequer uma estrela há que me oriente
A reinventar o amor que você quer de mim.