MEUS CASTELOS DE AREIA

Eu sou arquiteto e engenheiro de castelos de areia,

Construo para o vento, a chuva, as intempéries,...

Dificilmente meus castelos recebem o acabamento,

Quando o alicerce parece dar firmeza... vem o vento,...

Os poucos tijolos assentado pelo vento são levados!

Quando o amor quer me contratar para uma empreita,

Até aceito, já com uma dor no peito; que será desta feita?

E não demora muito, desmorona-se toda a parte já feita!

Às vezes, na calada da noite de insônia, pergunto-me:

A vida alimenta-se gostosamente da minha tormenta?

Lágrimas, dores,... serão acepipes que à vida alimenta?

As áreas de construção que a vida me dá: areia movediça!

Nem esforço nem técnicas modernas, nada tem com preguiça,

Sou engenheiro de castelo de areia em terreno de areia movediça!

Vou passar pela vida como quem o esforço, o tempo, desperdiça,

A vida deve dar-me valor, ela se alimentou sempre da minha dor!

Ainda por cima, o tal de amor é um vampiro que suga a minha dor!

Continuarei minha sina de construir o que a vida determina,

Qualquer reclamação, quando mais um castelo vir ao chão,

Vá ao Patrão, não o conheço, sei apenas seu nome: Grande Mistério!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 14/12/2011
Código do texto: T3387741
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