Injúria

Fui amaldiçoado!

O Senhor, em seu poder, concedeste-me

o benefício da vida,

o esplêndido do dia,

a beleza do carinho,

a virtude do intelecto,

a grandeza dos amigos!

Oh! Parecerei ingrato!

Seria uma injúria me dizer infeliz,

apesar das qualidades de que possuo?

Pois digo-me indigno,

Ao viver com o destino,

de não ser amado!

Que vale o homem sem amor?

É como um corpo sem alma,

Onde da calma fez-se o desconforto,

Do gelo fez-se o fogo,

que queima quem sou!

Tornei-me incauto!

Arrisquei tudo que deveras ter,

por um futuro que se via em sonhos, apenas.

Cai de joelhos por seu amor,

E morto estou, guardando em meu âmago,

o desprezo com que seu gelo

abafou meu calor!

Tati Dalat 22/12/10

Tati Dalat
Enviado por Tati Dalat em 09/12/2011
Reeditado em 20/05/2012
Código do texto: T3380776
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